De um pequeno feudo, Luxemburgo, esse pequeno país encravado no centro-oeste da Europa, com apenas 2.586 km2, atravessou séculos de disputas políticas e territoriais para se firmar como uma nação independente e uma das mais importantes e ricas da União Europeia. Ainda pouco divulgada, em grande parte por ser um destino caro, a capital desse pequeno país, que leva o mesmo nome, é um dos mais importantes centros políticos, judiciários e financeiros do continente, e, lentamente, vai chamando a atenção das pessoas também por sua beleza.

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Parte da muralha que originou Luxemburgo, em 963.

Luxemburgo foi fundada no ano de 963 da era cristã, fruto de um acordo entre Siegfried I de Ardennes e monges da abadia de São Máximo de Trier, hoje na Alemanha. Com a aquisição dos terrenos, construiu seu castelo e chamou o local de Lucilinburhuc, significando Pequeno Castelo, dentro da já existente fortificação romana que existia por lá. A partir daí, o local passou de mãos em mãos, com breves períodos de autonomia. Foi conquistado pela Prússia, França, Espanha, Holanda, Áustria, teve parte de seu território anexado pela Bélgica, foi anexado à Alemanha nazista e, finalmente, conseguiu sua independência de fato após a Segunda Guerra Mundial. Firmou-se como um importante centro econômico e político após a criação da Comunidade Econômica Europeia, embrião da União Europeia, e, atualmente, desfruta dos benefícios de hospedar importantes órgãos administrativos e financeiros do bloco, como o Tribunal de Justiça Europeu, o Tribunal de Contas e o Banco Europeu de Investimento, além de ser um importante paraíso fiscal, atraindo diversas empresas e fortunas de todo o planeta.

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Antigo e moderno na paisagem luxemburguesa.

Suas elegantes construções, antigas e preservadas, contrastando com áreas mais modernas, seus parques, praças e jardins, além de ruas repletas de lojas, bares e restaurantes, atraem moradores e turistas, tornando a cidade bastante agitada nas tardes e noites de fins de semana. A multiculturalidade dos moradores da cidade é facilmente percebida ao se caminhar por suas ruas, onde se pode ouvir diversas línguas, entre elas as oficiais: luxemburguês, francês e alemão. O inglês é o idioma comum entre eles e os estrangeiros que não falam os oficiais, facilitando, assim, a comunicação entre todos, e o português é bastante escutado, devido à grande comunidade lusófona presente.

A cidade está divida em 24 distritos, espalhados pelas platôs e separados pelos vales cavados pelos rios Pétrusse e Alzette. Essa característica geográfica foi um dos fatores mais importantes para a ocupação do local, já nos tempos do Império Romano,  quando era um valioso ponto estratégico. Atualmente, o vale é um belíssimo parque arborizado que serpenteia entre as partes altas da cidade, além de conter casas e comércio. Do parque, pode-se apreciar a vista da elegante cidade de diversos ângulos, e vice-versa.

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Parte do distrito Grund e sua muralha anciã, construída para proteger a cidade de constantes ataques.

Ocupada, inicialmente, como posto militar romano, ao se desenvolver, foi sendo acrescida de muralhas por todos os lados, o que, de qualquer forma, não impediu as constantes invasões que sofreu ao longo dos séculos. Para a alegria de quem gosta de história e ruínas, boa parte destas estruturas ainda estão lá, e as Casemates de Bock, passagens dentro das muralha, são abertas à visitação. Infelizmente, quase nada restou do antigo castelo da cidade, destruído após o Tratado de Londres de 1867, que obrigou o grão-ducado a desmantelar parte da estrutura fortificada da cidade e garantir sua neutralidade nos constantes conflitos entre franceses e prussianos.

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Casemates de Bock vista do pé do penhasco.

Ao visitar Luxemburgo, é fundamental ter em mente que serão horas e horas de caminhada. Subidas e descidas são constantes e, nos trechos mais íngrimes, estão as melhores vistas, além de partes bastante atraentes da cidade. As belíssimas edificações, o comércio sofisticado e o intensa arborização local tornam qualquer andança muito agradável e o tempo passa sem mesmo ser notado.

Ville Haute, o centro histórico da cidade e parte do Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco é, sem dúvida, uma de suas partes mais atraentes, com sua concentração de comércio, bares, restaurantes, igrejas, monumentos e, principalmente, da vista que se tem dos outros rincões da cidade. É uma ilha entre os vales, conectado por várias pontes, e onde está o burburinho nas agitadas noites luxemburguesas. Ficam neste pedacinho a praça Guillaume II, a mais importante da cidade, a praça d’Armes, a catedral Notre-Dame,  o palácio Grão-Ducal, residência oficial do Chefe de Estado, e o monumento Gelle Fra, ou Senhora Dourada, dedicado aos luxemburgueses combatentes nas duas guerras mundiais e da Coréia.

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A bela fachada do Palácio Grão-Ducal.

Museus, igrejas, palácios, ruínas e arquitetura antiga e moderna são as grandes atrações dessa charmosa cidade. Embora não seja grande, leva tempo para se conhecer tudo, principalmente se o objetivo for caminhar pelas estreitas ruas, pelos largos vales, suas pontes imponentes, e o sobe-desce quase que constante. Caso a intenção for conhecer outras partes, como a esplanada onde ficam os edifícios modernos das instituições da União Europeia, um transporte mais rápido, como bicicletas ou ônibus, é mais apropriado para se visitar as áreas mais afastadas do centro histórico.

Aficcionados por cultura, arquitetura, história, culinária ou apenas por diversão encontrarão um ótimo destino nesta pequena cidade, que tem a oferecer de tudo um pouco. Mesmo vendo apenas uma pequena parte da cidade, e do país, já que há outras tantas atrações espalhadas por esse pequeno território, apreciar as belezas de Luxemburgo é tão prazeroso que a satisfação é garantida.

 

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Vista parcial do parque que circunda o centro histórico da cidade.

 

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