Muitas pessoas adoram viajar, mas detestam a viagem, o deslocamento, propriamente dito. Quando se vai por terra, via rodovias ou ferrovias, muitas vezes, dependendo da distância, leva-se muito tempo e nem sempre é a opção mais barata. Os que não têm medo de voar encontram uma gama de ofertas de empresas de baixo custo, as low-fairs, em que os preços chegam a ser menores do que os de uma viagem de trem, por exemplo. Já populares nos países de economia avançada, esse modelo de negócio explodiu durante os anos 2000 e revolucionou a indústria do turismo, dando acesso a milhares de pessoas que antes não tinham poder aquisitivo para pegar um avião. Consolidado este modelo, começa a chegar no mercado outras opções de transporte aéreo mais personalizadas, os vôos compartilhados ou, simplesmente, uma caroninha.
Empresas de helicópteros já disponibilizam serviços de táxi aéreo em muitas cidades ao redor do mundo, e outras companhias estão apostando, agora, na carona pelo ar com aviões trafegando entre cidades e, até mesmo, entre países. Start-ups estão despontando nesse novo mercado, e compartilhar uma aeronave particular poderá se tornar um atraente nicho para a aviação mundial. O modelo de negócio é simples, mais parecido com os de empresas de caronas terrestres, como o Bla Bla Car, onde os custos da viagem são dividos entre o motorista e os passageiros. Neste filão, porém, a viagem é feita pelos ares, sem congestionamentos e com incríveis paisagens.
Empresas europeias já estão despontando no setor, como a portuguesa Skyüber e as francesas Coavmi e Wingly, que já oferece caronas entre França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido. Embora seja um tipo de negócio que vem sendo desenvolvido há alguns anos, ainda não é tão popular como as de carona terrestre. Mesmo podendo ter preços mais em conta que em uma empresa aérea de carreira, ou mesmo que uma viagem de trem.
Alguns pontos ainda provocam dúvidas e, de certo modo, afastam o interesse do público, como a segurança das aeronaves, por exemplo, e o conforto da viagem. Este, talvez, não seja o principal atrativo deste novo tipo de negócio. Como são aviões pequenos – podem ter no máximo nove assentos, respeitando as regras da União Europeia para o setor-, sem qualquer tipo de luxo, como serviço de bordo, ar-condicionado ou banheiro. Outra desvantagem é a locomoção até os pequenos, e muitas vezes distantes, aeroportos de onde estas máquinas decolam, que é responsabilidade do passageiro. Pequenos detalhes, porém, que não impem uma pequena aventura de vez em quando.