A arte de rua consolidou-se, na última década, como um dos maiores movimentos culturais e artísticos do planeta, e qualquer superfície tornou-se alvo da criatividade para o embelezamento dos espaços públicos. Enquanto paredes e muros ainda são os prediletos de grafiteiros e pixadores, outros objetos, como as caixas transformadoras de eletricidade, ganham espaço nas cidades europeias. Por estarem, geralmente, em áreas de bastante movimentação e visibilidade, não passam despercebidas e são, exatamente por isso, excelentes locais de difusão artística.
Como estas caixas têm diferentes formatos e tamanhos, há uma infinidade de possibilidades decorativas exploradas pelos artistas. Adesivos, estêncil, propagandas comerciais e obras que interagem com o meio ao redor são as mais comumente encontradas pelas ruas. O importante, porém, é não deixar nenhuma superfície lisa. E a popularidade vai crescendo, podendo ser vistas em cidades como Bruxelas, Londres, Amsterdã, Lisboa, entre tantas outras onde não há fiação aérea e, por isso, estes transformadores ficam no chão.
Mesmo com a popularização que vem tendo nos últimos anos, muitas destas caixas ainda se encontram sem nenhum tipo de decoração. Para preencher esse vazio branco, ou cinza, criativos estampam suas marcas nestas pequenas telas urbanas, sejam com elaboradas obras, cartazes, adesivos, ou, simplesmente, com rabiscos. Na maioria das vezes, são mais atraentes que os que não sofreram nenhum tipo de intervenção.
As cidades vão, assim, se tornando menos gris, mais alegres e coloridas. As pequenas caixas, que prejudicam a estética de onde estão instaladas, passaram a ser mais um elemento decorativo oferecido à população. Seja em forma de arte ou de protesto, terão sempre algo a mais a dizer do que os obrigatórios e amedrontadores “Alta tensão: Perigo de vida”.
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Leo Goulart 